Finalizei a Leitura de "Violeta" da Isabel Allende. Como havia previsto, se tornou um dos meus livros favoritos. Esse livro mostra que, mesmo vivendo 100 anos em lucidez, a vida é um breve momento. A velhice vai nos alcançando paulatinamente, sem que tenhamos consciência de sua vinda. Talvez para não nos assustar. Óbvio que há arrependimentos, contudo, a impossibilidade de retornar e refazer as escolhas é inegável. Então, sofrer por isso não adianta e não faz sentido.
Esse livro me fez imaginar como seria a autobiografia que meu avô estava escrevendo antes de morrer, brevemente, aos 66 anos. Seus escritos se perderam em Rondônia. Fico pensando em tudo que minha vó viveu e que hoje já confunde muito as histórias, e mesmo que eu as registre, há o questionamento de que a lembrança pode embaralhar as narrativas. E se minha vó tivesse feito o mesmo que Violeta e registrado tudo? Bom, não vou me ater aos "e se's" e nem sofrer demais por algo que não posso mudar. A mensagem final em meu coração foi: só existe o hoje... o agora. E realmente não é ao acaso que é chamado de presente! Vou marcar esse livro como o primeiro dos meus favoritos dos meus 20 anos, assim como fiz com "Carta de Amor aos Mortos", que registrei como meu favorito da adolescência, 9 anos atrás.
Depois de um bom livro, nos tornamos outra pessoa, e deveras, Violeta me marcou, e as reflexões que tive vão me visitar por muito tempo. Estou numa felicidade meio triste. Esse livro realmente é como assistir ao pôr do sol: é lindo, emocionante, mas a noite há de chegar.
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