Neste novembro de 2024, a cidade de Gurupi, terceira maior do Tocantins, comemorou seus 66 anos. Em primavera bem madura, ela já viveu muitas experiências e tem um legado de história muito forte, mas que infelizmente poucas pessoas conhecem. O que tudo indica é que essa geração que está aí, pouco saberá sobre riquezas históricas e culturais de Gurupi.
No mês do aniversário, a prefeitura de Gurupi promoveu uma vasta programação, entre diversidade musical, cultural, entre outros. Um dos trabalhos que foram apresentados foi o documentário: Centro Cultural Mauro Cunha - O Berço da Cultura Gurupiense”, trabalho esse produzido pelo professor Audimar Dionizio. Pela importância do assunto e o privilégio de poder assistir a um trabalho tão importante da nossa história, tudo indicava que teríamos um evento lotado de pessoas que almejam conhecer mais de Gurupi e que valorizam a cultura local. Mas não, a realidade foi outra, alguns políticos que precisavam cumprir o protocolo, acabaram assistindo o documentário todo, a prefeita Josi Nunes que sempre muito atenta, ficou até o final e alguns assessores dela que no meio da apresentação acabaram saindo e outros chegaram no final para a foto. Eram poucos participantes do documentário e pouco gente da comunidade. Essa é nossa realidade quando se fala em prestigiar os trabalhos da nossa própria gente.
Foi um trabalho incrível, mas os questionamentos são muitos. Quantos de nós sabemos quem foi Mauro Cunha e a importância dele para Gurupi? O que funcionava naquele local que hoje é o espaço cultural? Qual a história por trás de um personagem tão importante para nossa cidade? Pouca gente sabe, pouca gente tem interesse em saber, existe pouca valorização, e a nossa história se perde em meio a tantos desinteresses em consumir informações valiosas.
Museu Benjamim Rodrigues.
Paralelo ao primeiro assunto, trago aqui outras perguntas. Alguém sabe que Gurupi tem um museu? Respondo, sim, temos e chama Benjamim Rodrigues. Pergunto novamente: Você sabe quem foi Benjamim Rodrigues?
Gurupi tem 66 anos e não podemos falar sobre toda essa trajetória sem falar desse personagem fundamental. Mas não foi o peso maior da programação de aniversário. Show nacionais falam mais que a nossa própria história.
Temos um museu onde não existe local próprio e as peças doadas pelos moradores mais antigos, inclusive um deles, o próprio Benjamim Rodrigues, está dividindo um espaço pequeno com a biblioteca municipal. Outro assunto dolorido para falar, mas que precisa ser exposto, é que não existe alguém capacitado para falar sobre a história do próprio museu. Os que ali estão não sabem nem a história dos objetos foram doados para o museu. É triste saber que é necessário esperar a semana do museu para alguns poucos estudantes “visitarem” o museu Benjamim Rodrigues. Não podemos deixar nossa história morrer! Valorizem nossa gente e conheçam nossa própria história.
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