Sábado, 15 de Março de 2025
22°

Parcialmente nublado

Gurupi, TO

Saúde Falta obstetra

Onde estão os médicos obstetras do Hospital Regional de Gurupi?

Ministério Público cobrou 13 vezes para que o Estado regularizasse a situação.

06/02/2025 às 10h12 Atualizada em 06/02/2025 às 19h30
Por: Redacão Fonte: Por: Clifton Morais/ Tocantins Notícia
Compartilhe:
Onde estão os médicos obstetras do Hospital Regional de Gurupi?

“Boa noite caro jornalista! Quero falar algo que aconteceu com minha cunhada, no hospital materno de Gurupi. Ela está perto de ganhar bebê e lá não tinha obstetra, estão enviando para fora. Não entendendo como um hospital de referência não tem médico para fazer parto. É triste e desumano...” “Minha cunhada ganhou bebê, mas sofreu muito. Tiveram que chamar um médico que não estava de plantão para realizar a cesárea de urgência.  Lá está cheio, super lotado, faltam médicos”.  As mensagens foram enviadas à nossa Redação no fim de janeiro e retrata o descaso do Materno de Gurupi.

Os problemas da saúde pública do Tocantins não são novos. Nas diversas áreas, o prejuízo é grande para o cidadão que precisa constantemente do serviço. De forma mais pontual, o que tem pesado nos últimos tempos e que também é uma situação antiga é  a falta de atendimento obstétrico. O Ministério Público cobrou 13 vezes para que o Estado regularizasse a situação.

Na quarta-feira (05) a justiça determinou novas medidas para regularizar atendimento obstétrico no HRG após pedido do MPTO. A decisão, proferida pela 1ª Vara da Fazenda e Registros Públicos de Gurupi, estabelece um prazo de cinco dias para que o estado assegure a presença contínua de médicos na Maternidade do HRG, 24 horas por dia, durante toda a semana. A determinação vem em resposta ao não cumprimento da sentença judicial transitada em julgado desde 2019, que exige a manutenção de uma equipe completa na unidade.

Diante da persistência do problema, a Justiça determinou ainda a aplicação de multas diárias no valor de R$ 5 mil ao governador do estado e ao secretário estadual de Saúde, até o limite de 30 dias de penalidade. Além disso, foram determinadas providências para análise de possível ato de improbidade administrativa e crime de prevaricação.

Mesmo com a intervenção da justiça, é notório que pouca coisa é resolvida. Por isso, é importante que toda situação seja registrada, que tenha reclamação,  retrate na imprensa e se preciso for, faça boletim de ocorrência.

 O que o Estado diz?

O Governo disse que foi notificado da decisão da justiça, mas vai recorrer, pois falta mão de obra, o que dificulta a contratação de novos profissionais.

Veja a nota completa:

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que já foi notificada da decisão e irá recorrer mediante escassez de mão de obra, que dificulta a contratação de mais profissionais para a rede hospitalar sob sua gestão.
 
A SES-TO destaca que desde 2019 realiza chamamentos públicos para contratações de especialistas em ginecologia e obstetrícia, inclusive com portaria em vigor e enquanto não ocorrem as contratações, especificamente no Hospital Regional de Gurupi (HRG), os profissionais obstetras que já estão na unidade, são remanejados conforme a necessidade das alas, a fim de manter a continuidade dos serviços.
 
Além disso, para estimular as contratações, o Governo do Tocantins já instituiu a Indenização por Procedimentos Obstétricos (IPO), o qual reconhece o desempenho de profissionais da assistência obstétrica da rede estadual, com indenização para médico Ginecologista e Obstetra; médico Pediatra ou Neonatologista; médico generalista e para médico auxiliar; reajustou o valor dos plantões extras, inclusive dos médicos especialistas e está trabalhando para a realização do concurso público da Saúde, o qual aguarda manifestação da Assembleia Legislativa para os devidos encaminhamentos.
 
Palmas, 06 de fevereiro de 2025
Secretaria de Estado da Saúde

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários